A “revolução” dos biocombustíveis ocorrida devido às técnicas desenvolvidas por uma empresa italiana são publicadas nas páginas do Financial Times. A revolução é descrita como um exemplo virtuoso contra todas as expectativas, desenvolvida em um país “incapaz de competir a nível global”, em um artigo sobre a unidade industrial situada na região do Piemonte (Itália), que pertence a uma joint venture liderada pelo Gruppo Mossi Ghisolfi, empresa do ramo químico.
A unidade industrial é o primeiro estabelecimento do mundo capaz de produzir bioetanol avançado ou de “segunda geração”.
Isto é possível graças a um processo de conversão enzimática, que ao invés de usar como matéria-prima produtos agrícolas de destino alimentar – como açúcar, óleo de palma ou milho – utiliza descartes agrícolas e uma espécie particular de bambú que cresce rapidamente.
Os adeptos desta técnica afirmam que o bioetanol de segunda geração poderia substituir 50% do consumo de gasolina sem acarretar modificações na produção agrícola. “ Transformaremos os resíduos em milhões de litros de biocombustíveis”, afirma Peder Holk Nielsen, CEO do grupo dinamarquês Novozymes, especializados em sistemas enzimáticos, que detém 10% da planta industrial.
O estabelecimento é localizado em Crescentino, entre Vercelli e Torino, e será capaz de produzir 75 milhões de litros de bioetanol por ano. É administrado pela Beta Renewables, joint venture entre a empresa química italiana Gruppo Mossi Ghisolfi, a fabricante de enzimas Novozymes e do fundo de investimentos norte-americano Texas Pacific Group
O CEO da joint venture, Guido Ghisolfi, pretende construir uma nova unidade industrial no sul da Italia. No entanto, adverte que os investidores não podem submeter-se as incertezas e atrasos atrelados a burocracia italiana.